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 7 FORMAS DE NÃO USAR UM ARDUINO

Títulos como o deste tutorial podem não ser muito comuns. Porém, em se tratando de Arduino e de eletrônica, acredite, mais importante do que saber manusear essa placa, é ter em mente o que não fazer com ela. Do contrário, você poderá ter impasses nada agradáveis, incluindo a perda de funcionalidade do seu produto. Dito isso, ao longo deste tutorial, você vai entender como e por que certas práticas podem arruinar suas experiência com o Arduino, de modo que possa evitá-las. Mas antes disso, se esse universo ainda é uma novidade, não se esqueça de consultar o tutorial “O que é e como funciona o Arduino“, disponível em nosso portal.

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Sobrecarga de Corrente

Para começar, o erro mais comum, em termos de eletrônica, que você pode cometer em relação ao Arduino é submetê-lo a uma sobrecarga de corrente. Isso pode ser feito de 2 formas:

Erro 1: Conexão de pinos I/O ao GND

Em primeiro lugar, vamos relembrar o que são pinos I/O. Trata-se dos pinos input/output ou entrada e saída (E/S) da placa, aqueles que nós usamos para conectar os LEDs e os demais componentes eletrônicos ao Arduino. Eles correspondem aos pinos digitais de 0 a 13, localizados na parte superior da placa, e aos pinos analógicos de 0 a 5, na parte inferior.

Sobre esses pinos, uma situação de sobrecarga de corrente pode acontecer quando um deles, definido como output, em estado HIGH, é conectado ao GND.

int pino=12;
void setup() {
  pinMode(pino,OUTPUT);
}
void loop() {
  digitalWrite(pino,HIGH);
}

 

Para entender como isso ocorre, lembre-se de que, quando o estado de um pino é definido como HIGH, a tensão a que ele é submetido é de 5V em média. Utilizando a Lei de OHM e tendo em mãos algumas informações técnicas disponíveis no datasheet do Arduino, podemos verificar que essa prática é danosa ao equipamento.

A Lei de OHM afirma que os valores de tensão, corrente e resistência se relacionam da seguinte forma:

Perceba, na folha de dados, que a resistência interna dos pinos I/O é de 25 OHM, e a corrente máxima suportada por eles é de 40mA.

Ao fazer as contas, chegamos à conclusão de que essa conexão possibilita que uma corrente aproximadamente 5 vezes maior que o limite passe pelo pino. Dessa forma, você provocará um curto e danificará o pino.

 

Erro 2: conexão entre pinos I/O em diferentes estados lógicos

Outra forma de provocar uma sobrecarga de corrente consiste na conexão entre 2 pinos I/O configurados como output, estando um em estado lógico HIGH e o outro em LOW.

int pino1= 12;
int pino2= 13;

void setup() {
  pinMode(pino1,OUTPUT);
  pinMode(pino2,OUTPUT);

}

void loop() {
  digitalWrite(pino1,HIGH);
  digitalWrite(pino2,LOW);
}

 

Dessa forma, um deles estará submetido a 5V (HIGH) e o outro 0V (LOW), fazendo com que a diferença de potencial do circuito seja de 5V. Assim como no caso anterior, esse tipo de conexão provocará um curto, só que, dessa vez, você terá dois pinos deteriorados.

Sobrecarga de Tensão

Além dos danos que uma corrente acima do valor limite pode causar, é importante ficar atento à tensão aplicada aos pinos. Nesse sentido, vamos analisar os erros que podem provocar essa situação.

Erro 3: sobrecarga de tensão nos pinos I/O

No datasheet, temos a seguinte informação a respeito da tensão máxima suportada pelos pinos I/O:

Para o nosso propósito, isso quer dizer que sempre que a tensão aplicada aos pinos I/O for superior a 5,5V, eles poderão ser queimados.

Ao longo de suas experiências com Arduino, é bem provável que você precise fazer uso de uma fonte externa, como baterias de 9V. Isso se faz necessário, por exemplo, para o controle de componentes que exigem maior potência, como alguns servo motores.

Nesse sentido, fique atento, pois você poderá aplicar acidentalmente uma sobrecarga de tensão a um pino I/O, se conectá-lo diretamente ao polo positivo da bateria. Danificar o pino, no entanto, seria o menor dos problemas, uma vez que é possível que o estrago se estenda para outras partes da placa, como o chip de interface USB.

 

Erro 4: conectar um fonte externa ao VIN de maneira invertida

Usualmente, quando é preciso utilizar uma fonte externa, você pode conectar seus terminais ao Arduino da seguinte forma:

 

Caso você não se lembre, o pino VIN é utilizado como entrada de energia elétrica para o Arduino quando o circuito exige o uso de uma fonte externa. Esse tipo de alimentação da placa pode ser feita pelo conector DC jack ou diretamente pelos pinos VIN e GND.

O polo positivo deve estar conectado ao pino VIN e o negativo ao GND. Se assim for feito, tudo bem, porém se houver uma inversão nessa conexão, o resultado será uma sobrecarga de tensão, e sua placa será danificada. Portanto tenha cuidado ao fazer esse tipo de conexão!

Erro 5: conectar GND ao VIN ao usar uma fonte externa

Conforme você notou nos 2 erros anteriores, o uso de fonte externa requer cuidado. Vamos então analisar mais uma prática dessa natureza.

Quando se alimenta o Arduino, seja com fonte externa ou pelo computador, a tensão de saída no VIN é praticamente a mesma que a de entrada. Desse modo, quando se usa uma bateria de 9V para alimentar placa, a diferença de potencial entre o VIN e o GND será de 9V.

Portanto, nessa situação, ao conectar o GND ao VIN, você aplicará uma tensão relativamente alta para uma resistência pequena. Como consequência, haverá uma sobrecarga, que provocará um curto na entrada de alimentação externa.

Erro 6: sobrecarga de tensão no pino RESET

O pino RESET tem como função reiniciar a placa e está conectado diretamente ao microcontrolador.

Como você já percebeu, o Arduino não é invencível; e o pino RESET, apesar de ser robusto, também tem seus limites. Nesse sentido, o erro 6 consiste em aplicar tensões superiores a 13V a esse pino, o que pode danificá-lo, conforme se pode consultar na folha d dados.

Erro 7: excesso de corrente total sobre o microcontrolador

Vamos ao último erro, que se refere ao valor máximo de corrente total que o microcontrolador suporta. Lembre-se de que, no erro 1, foi explicado que a corrente máxima suportada por um pino I/O individualmente é de 40mA. Caso ultrapasse esse valor, o pino será danificado.

Pois bem, analisando todos esses pinos em conjunto, a corrente total também deve ser limitada. Ela deve equivaler a, no máximo, 200mA; do contrário, você danificará o microcontrolador.

Um exemplo de prática em que isso ocorre é o seguinte:

Suponha que, para um projeto, haja 15 LEDs conectados, e cada um deles esteja consumindo 20mA. Dessa forma, a corrente total no circuito será de 300mA, o que é maior que o limite de 200mA recomendado pelo datasheet. Ou seja, você pode acabar queimando seu Arduino!

Ainda sobre o Erro 7: excesso de corrente total sobre o microcontrolador, vejo o erro mais comum entre iniciantes que merece um erro exclusivo para ele:

Erro 7.1: NÃO LIGUE MOTORES OU SERVOS DIRETO AO ARDUINO!

Esse erro ainda vejo acontecer demais, e sempre que falo que não pode alguém vira e fala “sempre liguei meu servo direto ao Arduino, e nunca deu problema!”. O problema é que como diria o grade filosofo “Um dia isso vai dar merda!”. Ou seja, isso funciona até um dia não funcionar mais!!

Motores, solenoides e outros equipamentos que demandam muita energia, precisam ser alimentado por fontes externas para que você não corra o risco de queimar o regulador de tensão da sua placa Arduino.

 

Por fim, espero que você não reproduza essas procedimentos e assim tenha ótimas experiências com Arduino. Além disso, em caso de dúvidas, lembre-se sempre de consultar o datasheet do microcontrolador, bom trabalho!

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